Homens são polígamos por natureza. Mulheres são naturalmente infiéis. O casamento, em grande parte das vezes, nada mais é do que uma fachada, mantida em nome de benefícios sociais. Soa como um discurso polêmico e antiquado que poucos admitiriam aceitar se confrontados com as puladas de cerca do companheiro. Mas é precisamente o que faz uma boa parte das pessoas evocando seus ancestrais da savana, afirma a mais nova linha de estudo da biologia evolutiva.
A tese é apresentada no recém-lançado "O mito da monogamia" (Ed. Record), do zoólogo David P. Barash e da psiquiatra Judith Eve Lipton. O casal - sim, eles são casados - defende a idéia de que o macho Homo sapiens é, por natureza, polígino, ou seja, tende a ter muitas parceiras. Embora não seja poliândrica - com muitos parceiros - a fêmea tampouco é totalmente monogâmica e, ocasionalmente, trai. Resumindo, os seres humanos não são naturalmente monógamos.
Ocorre que a maioria das sociedades modernas estabeleceu a monogamia como modelo. Como conciliar instintos primitivos aos benefícios e conveniências sociais do casamento? A fidelidade de fachada parece ter sido a resposta encontrada pela espécie humana, dizem os pesquisadores, cujo livro foi elogiado pela "Nature", uma das revistas científicas mais importantes do mundo. Presos a um arranjo monogâmico, os seres humanos buscariam relações extraconjugais. Escondidos, claro.
http://oglobo.globo.com/saude/viverm.../297329933.asp
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