Argusk
Advocacia e bem estar
por Comportamento
,
Geral
em 05-10-2012 às 16:27
Alguns, ao lerem o título desse post, questionam-se: qual é a relação entre a advocacia e o bem estar? Outros, por sua vez, devem ir mais longe, concluem que são termos antagônicos, afinal, advocacia possui relação direta com disputa, idas e vindas a fóruns e etc.
Realmente, o retrospecto da prática jurídica nem sempre retrata uma experiência agradável, nem mesmo, para aqueles que ao final de um processo saem beneficiados. Dá-se isso, pois, durante muito tempo a visão do que seja um profissional do Direito, principalmente o advogado, está vinculada a ideia de brigas ou disputas. Até mesmo os ambientes forenses, quais sejam, os fóruns e tribunais, possuem, para muitos, aquele ar pesado (o mesmo ar que, para mim, tem os hospitais).
Tal visão ainda permeia o imaginário do cidadão. Ora, afinal, um advogado só é requerido em momento de sufoco, não é? Devo responder que não.
Durante anos, a conhecida advocacia tradicional (aquela que é puramente especializada numa única área do Direito e era inerte aos acontecimentos diários, tomando partido somente após transcorrido qualquer problema) foi exemplo a ser seguido pelos novos e antigos advogados.
Contudo, eram épocas de relações menos intensas. A modernidade é alavancada pela correria do dia-a-dia, transmutada no jargão time is money. Por certo, então, que qualquer empreendimento deve ser pensado, afinal, perder horas em audiências, idas e vindas a fóruns ou reuniões com advogados para tomar ciência dos acontecimentos de um processo refletem diretamente em prejuízo financeiro.
Em razão disso, alguns escritórios procuraram adaptar-se a essa nova realidade. Técnicas como o chamado full service entregam ao cliente uma gama de especialistas em várias áreas do Direito, garantindo-lhe um melhor tratamento da sua demanda, bem como, facilitando a sua busca por profissionais. Assim, não necessita perder horas ou vários dias procurando advogados, basta apenas marcar um horário e ir ao local, o resto é com o próprio escritório.
Outro desenvolvimento, e esse sim tem uma ligação direta com o bem estar que pode ser promovido pela advocacia, é a Advocacia Preventiva. Como o nome sugere é o trabalho de um profissional do Direito no sentido de precaver certos acontecimentos, que ao final podem acarretar num possível processo contra o cliente. Assim como na Medicina, a Advocacia Preventiva garante ao cliente um tratamento que busca sanar dúvidas, bem como, adequar suas investidas ao Direito.
Ora, a intensificação das relações sociais, decorrente da modernidade, impõem a busca de profissionais que sanem o problema mesmo antes dele ocorrer. Mas até para isso deve haver uma mudança na mentalidade do cidadão, o qual deve entender a importância de um Advogado e não percebê-lo como um oportunista a espera da desgraça alheia.
A advocacia vem se adaptando no sentido de prestar um serviço completo e contínuo ao cliente. Modais contratuais já não são como antigamente, o qual previa somente valores de honorários advocatícios pagos antes da causa e captando uma percentagem do benefício, caso haja, ao final do processo. Contratos como de partido ou continuado são exemplos claros de uma prestação de serviço ampla ao cliente. Neles ficam estabelecidos valores mensais a serem pagos à banca, independentemente do aumento da demanda. Fica, então, assegurado o cliente de sempre ter a sua disposição a devida assessoria jurídica.
Dessa forma, a advocacia promove o bem estar ao cliente, quando lhe garante tempo e tranquilidade, além de um serviço com qualidade e especializado. Alguns poderiam dizer que bem estar seria não precisar de um advogado. Pode até ser, mas assim como um médico, o advogado é um profissional necessário. Quem insiste em pensar diferente não poderá no futuro reclamar de não ter tido seu bem estar preservado.