Colher
Little Africa @ Tokyo
por Não Categorizado
em 23-11-2010 às 12:52
Hoje vai ser sobre Roppongi, o bairro dos estrangeiros em Tokyo.
Juntamente com Omotesando, Roppongi abriga os todo mundo que não tem olho rasgado nem pesa 60kg, ou seja, todos os ocidentais expatriados. Só que, enquanto Omotesando tem lojas chiques e de marca, Roppongi tem a diversão.
Diversão em termos, claro.
Primeiro probleminha: se vc não tiver cara de japa, prepare-se para uma profusão de nigerianos (que eu não faço idéia como surgiram) te oferecendo clubs "legais e com muita gente bonita e sarada". Oferecendo é um eufemismo. Coagindo vc para entrar nos puteiros deles soa um pouco melhor.
"Yooou look like a nice gentleman. Why don't you come to ma club? There's a lot of girls. Big titted, small titted, all kinda girls".
Isso na sua orelha de 10 em 10 passos com um cara agarrando no seu braço. Nem é preciso dizer que os "clubs" que eles sugerem são exatamente os lugares de Roppongi que vc JAMAIS deve ir, seja por darem boa-noite cinderela pros incautos, seja pelos preços extorsivos.
Apesar disso, Roppongi continua sendo O lugar para os estrangeiros. Apesar de não ter baladas alternativas eletrônicas sinistras tipo Shibuya, dá pra se divertir lá. Tem bares sofisticados tipo o a971 e o Heartland, bem como pubs tipicamente ingleses, como o Hobgoblin. O a971 é o que eu mais gosto. Bebida boa, pessoas legais. Ainda assim, cheio de russas de Vladvostok e chinesas querendo arrancar drinques dos incautos. De balada tem o GasPanic, que vive cheio de crianças bêbadas, brasileiros e japonesas taradas por estrangeiros (isso existe e é bizarríssimo), fazendo uma combinação que sempre gera noites tragicômicas. Tem também o Feria, que são 50 doletas só pra rir lá dentro, com cerveja a 18 dólares. Obviamente, esse eu só passei pela porta, respirei o ar rico, e dei meia volta.
De fato, pra quem não fala japonês, é o melhor lugar para se ir. Geralmente vc acaba trombando com um grupo de expatriados e engatando uma conversa, que se converte em bebedeira. Tal qual os japas, que entornam sem dó nem piedade, os estrangeiros aqui também bebem até cair sistematicamente. No começo vc acha estranho, mas quando vc se dá conta, já está acordando de ressaca na entrada da estação do metrô.
No próximo, o engurich, a língua que os japas juram de pé junto que é inglês.