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O que vocês acham que é Deus ?

  1. #1

    Padrão O que vocês acham que é Deus ?

    Isso mesmo meus amigos, quero saber qual o entendimento de vocês sobre o que é Deus, vamos conversar e vermos o que cada um pensa.

  2. Publicidade

  3. #2

  4. #3

    Padrão

    O mal existe? Não!

    Spoiler:

    [ERROR] [Thread-1] [PerguntaRespostaService] - Erro inesperado ao processar a resposta do usuário.
    java.lang.IllegalArgumentException: UNEXPECTEDRESPONSE: A resposta 'No' não é válida. Respostas esperadas: [Sim].
    at com.suaempresa.suaplicacao.ValidadorResposta.valid ar(ValidadorResposta.java:50)
    at com.suaempresa.suaplicacao.PerguntaRespostaService .processarResposta(PerguntaRespostaService.java:12 0)
    at com.suaempresa.suaplicacao.PerguntaRespostaControl ler.responder(PerguntaRespostaController.java:75)
    at sun.reflect.NativeMethodAccessorImpl.invoke0(Nativ e Method)
    at sun.reflect.NativeMethodAccessorImpl.invoke(Native MethodAccessorImpl.java:62)
    at sun.reflect.DelegatingMethodAccessorImpl.invoke(De legatingMethodAccessorImpl.java:43)
    at java.lang.reflect.Method.invoke(Method.java:498)
    at org.springframework.web.method.support.InvocableHa ndlerMethod.doInvoke(InvocableHandlerMethod.java:2 05)
    at org.springframework.web.method.support.InvocableHa ndlerMethod.invokeForRequest(InvocableHandlerMetho d.java:133)
    at org.springframework.web.servlet.mvc.method.annotat ion.ServletInvocableHandlerMethod.invokeAndHandle( ServletInvocableHandlerMethod.java:97)
    at org.springframework.web.servlet.mvc.method.annotat ion.RequestMappingHandlerAdapter.invokeHandlerMeth od(RequestMappingHandlerAdapter.java:849)
    at org.springframework.web.servlet.mvc.method.annotat ion.RequestMappingHandlerAdapter.handleInternal(Re questMappingHandlerAdapter.java:760)
    at org.springframework.web.servlet.mvc.method.Abstrac tHandlerMethodAdapter.handle(AbstractHandlerMethod Adapter.java:85)
    at org.springframework.web.servlet.DispatcherServlet. doDispatch(DispatcherServlet.java:967)
    at org.springframework.web.servlet.DispatcherServlet. doService(DispatcherServlet.java:901)
    at org.springframework.web.servlet.FrameworkServlet.p rocessRequest(FrameworkServlet.java:970)
    at org.springframework.web.servlet.FrameworkServlet.d oPost(FrameworkServlet.java:872)
    at javax.servlet.http.HttpServlet.service(HttpServlet .java:661)
    at org.springframework.web.servlet.FrameworkServlet.s ervice(FrameworkServlet.java:846)
    at javax.servlet.http.HttpServlet.service(HttpServlet .java:742)
    at org.apache.catalina.core.ApplicationFilterChain.in ternalDoFilter(ApplicationFilterChain.java:231)
    at org.apache.catalina.core.ApplicationFilterChain.do Filter(ApplicationFilterChain.java:166)
    at org.apache.tomcat.websocket.server.WsFilter.doFilt er(WsFilter.java:52)
    at org.apache.catalina.core.ApplicationFilterChain.in ternalDoFilter(ApplicationFilterChain.java:193)
    at org.apache.catalina.core.ApplicationFilterChain.do Filter(ApplicationFilterChain.java:166)
    at org.springframework.web.filter.RequestContextFilte r.doFilterInternal(RequestContextFilter.java:99)
    at org.springframework.web.filter.OncePerRequestFilte r.doFilter(OncePerRequestFilter.java:107)
    at org.apache.catalina.core.ApplicationFilterChain.in ternalDoFilter(ApplicationFilterChain.java:193)
    at org.apache.catalina.core.ApplicationFilterChain.do Filter(ApplicationFilterChain.java:166)
    at org.springframework.web.filter.HttpPutFormContentF ilter.doFilterInternal(HttpPutFormContentFilter.ja va:108)
    at org.springframework.web.filter.OncePerRequestFilte r.doFilter(OncePerRequestFilter.java:107)
    ...

    Editado por Mr. BFHeidern em 29-09-2023 às 9:13

  5. #4

  6. #5

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    O mal existe? Não!
    Só existe o poder e aqueles que são fracos demais para deseja-lo...

    Já sabem que quem falou isso né?

  7. #6

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    Isso mesmo meus amigos, quero saber qual o entendimento de vocês sobre o que é Deus, vamos conversar e vermos o que cada um pensa.
    Deus é o criador do sistema em que vivemos e tudo que nele há

  8. #7

    Padrão

    Deus deve ser algo como uma força criativa e espontânea que sempre traz algo de novo à existência.

    A minha grande dúvida é se Deus é um fenômeno emergente ou absoluto (não sendo, afinal, um fenômeno, mas a condição dos outros fenômenos). Com isso quero dizer: Deus esta aí desde o início e, portanto, constitui o fundamento da realidade; ou Deus é uma consciência emergente que passa a dirigir a realidade a partir de certas condições, e com intenções específicas (como, por exemplo, o Bem e a Verdade).

  9. #8

    Padrão

    Não sei como é Deus, mas a morte eu já vi.

    Tenho apneia do sono então transito entre o sono profundo e cochilos noturnos.

    Numa dessas noites mal dormidas eu tive um infarto (sério, mas não morri) e no sonho veio um demônio me puxando pela mão. Eu só vi o braço bem grande me pegando e puxando. Lembro que pedi perdão a Deus pelas minhas merdas e pedi mais uma chance, aí o capeta sumiu. Fui pro pronto socorro com pressão 20/12.

    Não acredito que tenha sido apenas um sonho "criativo". Eu acho que quase morri mesmo e estava sendo levado pro inferno por um demónio. Eu sentia ele puxando meu braço com muita força e cheguei a ver o braço enorme.

    Depois disso tenho maneirado um pouco nos meus pensamentos e orado a Jesus e Nossa Senhora por perdão.
    Editado por In$4no em 07-03-2024 às 22:46

  10. #9

    Padrão

    Não sei como é Deus, mas a morte eu já vi.

    Tenho apneia do sono então transito entre o sono profundo e cochilos noturnos.

    Numa dessas noites mal dormidas eu tive um infarto (sério, mas não morri) e no sonho veio um demônio me puxando pela mão. Eu só vi o braço bem grande me pegando e puxando. Lembro que pedi perdão a Deus pelas minhas merdas e pedi mais uma chance, aí o capeta sumiu. Fui pro pronto socorro com pressão 20/12.

    Não acredito que tenha sido apenas um sonho "criativo". Eu acho que quase morri mesmo e estava sendo levado pro inferno por um demónio. Eu sentia ele puxando meu braço com muita força e cheguei a ver o braço enorme.

    Depois disso tenho maneirado um pouco nos meus pensamentos e orado a Jesus e Nossa Senhora por perdão.
    Sugiro você se aprofundar na bíblia, pois somente Jesus é nosso intercessor. A morte dele se deu para nos salvar e muita coisa mudou depois disso.

    ⁶ Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.
    ⁷ Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai; e já desde agora o conheceis, e o tendes visto

    João 14:6,7

    Essa passagem foi uma resposta a Tomé que perguntou qual seria o caminho a Deus. No passar dos tempos, a igreja foi deturbando isso, vale a pena o estudo.
    Editado por UrbaN P1rate em 12-03-2024 às 15:24

  11. #10

  12. #11

    Padrão

    E pode haver bem sem o mau?


    @Prea do Mato , não consegue trazer esse tópico pra essa seção?

    https://www.hardmob.com.br/threads/8...-vs-religiosos
    Editado por Matanza em 15-03-2024 às 2:21

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  14. #12

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    E pode haver bem sem o mau?
    Sim

  15. #13

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    E pode haver bem sem o mau?


    @Prea do Mato , não consegue trazer esse tópico pra essa seção?

    https://www.hardmob.com.br/threads/8...-vs-religiosos
    Bem lembrado, vou mandar uma mp aqui, valeu Matanza

  16. #14

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    Não acredito que tenha sido apenas um sonho "criativo". Eu acho que quase morri mesmo e estava sendo levado pro inferno por um demónio. Eu sentia ele puxando meu braço com muita força e cheguei a ver o braço enorme.

    Como aqui não é o boteco, imagino que tenha falado tudo na seriedade, então vou te falar umas coisas que passei também.

    Mas antes, comentar sobre essa sua experiência e sobre outras experiências que já ouvi. O mundo espiritual existe e ele acontece exatamente aqui aonde nos vivemos, para um "leigo" ou incrédulo (ateu ou algo parecido) isso simplesmente não existe, mas para nós cristãos, muitas coisas tem explicação no mundo espiritual. O inferno em si existe, mas ele não foi inaugurado digamos assim, você encontra essa informação na Bíblia, mas existe sim uma diferença para aqueles que morrem "em Jesus" e aqueles que morrem "sem salvação", apesar que só Deus pode definir o que de fato vai acontecer com uma alma, é por isso que não podemos julgar alguém que se suicidou por exemplo, afirmar categoricamente que essa pessoa "vai para o inferno".

    Então o diabo ou os demônios em si, perturbam as pessoas diariamente e no seu caso pode não ter sido um delírio mesmo, nem algo criativo, falo isso porque já vivi esse mesmo tormento, teve épocas que eu vivendo uma síndrome do pânico terrível, fobia social, ansiedade generalizada, não conseguia sair de casa , ouvia vozes na minha mente me perturbando, não tinha paz de jeito nenhum e por vezes tinha vontade de cravar uma faca no meu peito pela dor que sentia e aí eu resolvi dar uma chance para Deus e quando comecei a buscar mesmo, foi aí que comecei a sofrer mais mesmo, passava dias e dias sem dormir, eu só conseguia dormir mesmo quando raiava o dia, parecia que o período noturno eu era atormentado sem parar, um dia "dormindo" vi de olhos abertos um demônio em chamas na minha cara e acordei como se alguém tivesse me dado um susto e com isso eu ficava sem dormir mesmo.

    As vezes as pessoas estão sofrendo algum tormento e não tem noção que é algo relacionado ao mundo espiritual, quantas vezes eu já vi pessoas gritando na rua falando coisas absurdas, coisas horríveis e eu com olhos abertos não ver nada, mas a gente por falta de visão espiritual, não enxergar o que de fato está acontecendo com aquela pessoa. Eu já tive apneia, resolvi paliativamente com o Noex, meu nariz ficava obstruído e com isso tinha apneias também, a sensação é que você vai morrer realmente, então nós temos uma causa natural aqui e a sua está somada também a uma espiritual, mas se tem algo atormentando você, pode ter certeza que Deus tem algum plano na sua vida e o diabo provavelmente quer te ver longe desse plano.

  17. #15

    Padrão

    ......
    Editado por In$4no em 17-03-2024 às 4:40

  18. #16

    Padrão

    Como? Dê um exemplo prático, pq eu não consigo imaginar um bem sem existir a possibilidade do mau.

  19. #17

    Padrão

    Como? Dê um exemplo prático, pq eu não consigo imaginar um bem sem existir a possibilidade do mau.
    Paz interior, não existe o inverso negativo, tem muitos exemplos

  20. #18

    Padrão

    Paz interior, não existe o inverso negativo, tem muitos exemplos
    não faz sentido, paz interior só existe em contraste c inferno /guerra interior.

    num mundo sem mau a gente não precisaria nem se mover. É uma impossibilidade lógica, é tipo quadrado redondo.
    Editado por Matanza em 20-03-2024 às 5:23

  21. #19

    Padrão

    não faz sentido, paz interior só existe em contraste c inferno /guerra interior.

    num mundo sem mau a gente não precisaria nem se mover. É uma impossibilidade lógica, é tipo quadrado redondo.
    Enquanto definição semântica, de fato, bem e mal existem como opostos.

    Mas num sentido filosófico, é possível dizer que o mal não exista, simplesmente porque ele não possui substância.

    Isso quer dizer quer dizer que, até mesmo aqueles que intencionam fazer o mal, na verdade, têm por finalidade o bem: satisfação pessoal, desejo de vingança, pelo prazer, ou em nome de um bem maior. Hitler e Himmler, por exemplo, justificariam o assassinato de judeus em nome de um "bem maior" pela Alemanha, talvez.

    Disso decorre que o Mal não possui uma substância, uma essência própria. Ele sempre é definido a partir do sofrimento que provoca. Ao contrário do Bem, que possui uma inteligibilidade própria e que se justifica a si mesmo.

    Dá pra pensar isso através de uma metáfora bem simples: a luz existe por si só. Mas a sombra é apenas ausência de luz.

    Por isso o Mal e a ignorância andam juntos. Muito daquilo que é Mal se justificaria pela ausência de conhecimento (inclusive intuição, algo que vai muito além do conhecimento racional científico).

    Talvez justamente por isso Jesus tenham dito na cruz: "Perdoai-os, pois não sabem o que fazem". Porque todo o mal que seus algozes lhe fizeram era decorrente de sua ignorância, e a ignorância, esta sim, pode ser perdoada.
    Editado por Lanzi em 27-03-2024 às 12:19

  22. #20

    Padrão

    Enquanto definição semântica, de fato, bem e mal existem como opostos.

    Mas num sentido filosófico, é possível dizer que o mal não exista, simplesmente porque ele não possui substância.

    Isso quer dizer quer dizer que, até mesmo aqueles que intencionam fazer o mal, na verdade, têm por finalidade o bem: satisfação pessoal, desejo de vingança, pelo prazer, ou em nome de um bem maior. Hitler e Himmler, por exemplo, justificariam o assassinato de judeus em nome de um "bem maior" pela Alemanha, talvez.

    Disso decorre que o Mal não possui uma substância, uma essência própria. Ele sempre é definido a partir do sofrimento que provoca. Ao contrário do Bem, que possui uma inteligibilidade própria e que se justifica a si mesmo.

    Dá pra pensar isso através de uma metáfora bem simples: a luz existe por si só. Mas a sombra é apenas ausência de luz.

    Por isso o Mal e a ignorância andam juntos. Muito daquilo que é Mal se justificaria pela ausência de conhecimento (inclusive intuição, algo que vai muito além do conhecimento racional científico).

    Talvez justamente por isso Jesus tenham dito na cruz: "Perdoai-os, pois não sabem o que fazem". Porque todo o mal que seus algozes lhe fizeram era decorrente de sua ignorância, e a ignorância, esta sim, pode ser perdoada.
    Vish, isso aí deve ser até uma discussão chave que separa diferentes igrejas.

    Mas quando um guarda de Auwchswitz manda um prisioneiro carregar um saco de terra até o outro lado do campo e voltar (trazendo o mesmo saco), só pro prisioneiro não ter nem a satisfação de ter feito um trabalho produtivo pelo menos, não dá pra justificar que foi por ignorância ou por um bem maior.

  23. #21

    Padrão

    Vish, isso aí deve ser até uma discussão chave que separa diferentes igrejas.

    Mas quando um guarda de Auwchswitz manda um prisioneiro carregar um saco de terra até o outro lado do campo e voltar (trazendo o mesmo saco), só pro prisioneiro não ter nem a satisfação de ter feito um trabalho produtivo pelo menos, não dá pra justificar que foi por ignorância ou por um bem maior.
    Veja, o "bem maior" que eu citei ali é apenas uma das possibilidades.

    Esse exemplo que você deu me parece que se enquadra em algum tipo de sadismo motivado por vingança, ou seja, atende a uma vontade de satisfação pessoal. Então o sujeito obtém um certo prazer ao submeter o outro a essa tortura. Por incrível que pareça, contemplar o sofrimento do outro lhe faz bem. Mas é um bem completamente pervertido.

    É aí que entra a ignorância: só é possível obter satisfação (bem) com isso se o sujeito estiver convencido de que judeus são uma sub-raça e de que aquele indivíduo deve ser punido e humilhado dessa forma simplesmente por pertencer a ela.

  24. #22

    Padrão

    Não sei como é Deus, mas a morte eu já vi.

    Tenho apneia do sono então transito entre o sono profundo e cochilos noturnos.

    Numa dessas noites mal dormidas eu tive um infarto (sério, mas não morri) e no sonho veio um demônio me puxando pela mão. Eu só vi o braço bem grande me pegando e puxando. Lembro que pedi perdão a Deus pelas minhas merdas e pedi mais uma chance, aí o capeta sumiu. Fui pro pronto socorro com pressão 20/12.

    Não acredito que tenha sido apenas um sonho "criativo". Eu acho que quase morri mesmo e estava sendo levado pro inferno por um demónio. Eu sentia ele puxando meu braço com muita força e cheguei a ver o braço enorme.

    Depois disso tenho maneirado um pouco nos meus pensamentos e orado a Jesus e Nossa Senhora por perdão.
    meio off-topic, mas eu tinha apneia do sono, ficou bem ruim ano passado, mas nao sou obeso, acabei entendendo que eram minhas amigdalas que estavam muito grandes e dificultando minha respiracao. Fiz a cirurgia no final do ano e minha vida melhorou 500% - estava com problema de pele e passou, meu nivel de stress diminuiu muito, enfim, se vc tem apneia vai atras de um medico do sono e resolve, seja por cirurgia, seja com o uso de cpap, pq tem um impacto muito grande na sua saude fisica e mental

  25. #23

    Padrão

    Enquanto definição semântica, de fato, bem e mal existem como opostos.

    Mas num sentido filosófico, é possível dizer que o mal não exista, simplesmente porque ele não possui substância.

    Isso quer dizer quer dizer que, até mesmo aqueles que intencionam fazer o mal, na verdade, têm por finalidade o bem: satisfação pessoal, desejo de vingança, pelo prazer, ou em nome de um bem maior. Hitler e Himmler, por exemplo, justificariam o assassinato de judeus em nome de um "bem maior" pela Alemanha, talvez.

    Disso decorre que o Mal não possui uma substância, uma essência própria. Ele sempre é definido a partir do sofrimento que provoca. Ao contrário do Bem, que possui uma inteligibilidade própria e que se justifica a si mesmo.

    Dá pra pensar isso através de uma metáfora bem simples: a luz existe por si só. Mas a sombra é apenas ausência de luz.

    Por isso o Mal e a ignorância andam juntos. Muito daquilo que é Mal se justificaria pela ausência de conhecimento (inclusive intuição, algo que vai muito além do conhecimento racional científico).

    Talvez justamente por isso Jesus tenham dito na cruz: "Perdoai-os, pois não sabem o que fazem". Porque todo o mal que seus algozes lhe fizeram era decorrente de sua ignorância, e a ignorância, esta sim, pode ser perdoada.
    É possível defender o oposto também. Ou seja, que essencialmente só existe o mal (entendido como sofrimento), sendo o bem meramente negativo (cessação provisória do sofrimento). É a tese do Schopenhauer, por exemplo.

    Se fosse pra escolher uma dessas posturas dicotômicas eu diria que essa do Schop. é mais verdadeira. De fato a vida é movida muito mais por "fugir do sofrimento" (por exemplo, as nossas necessidades mais básicas têm quase todas essa estrutura: insatisfação que leva a agir para 'tapar o buraco', o que normalmente se traduz por 'tenho o desejo X e faço algo para satisfazer esse desejo'). Uma vez tapado esse buraco, surge algum outro desejo logo em seguida. É o famigerado pêndulo que oscila entre a dor da falta e o tédio da conquista.

    Seja como for, acho que a verdade está numa conjugação entre essas duas teorias. Existem, embora com menor frequência, muitas experiências que são genuinamente maldosas e muitas que são genuinamente bondosas. A pessoa sádica, por exemplo, pratica o mal, e não é porque disso ela extrai algum bem pessoal que a ação, cuja avaliação não pode se reduzir ao agente, deixa de ser uma ação maldosa.

    Da mesma forma ocorre com as ações 'empáticas' ou 'altruístas', que costumam ser desqualificadas porque no fundo não seriam mais do que a satisfação de desejos pessoais do agente (ou seja, mesmo as ações mais altruístas no fundo serviriam como máscara de um egoísmo essencial). Aqui também vemos o erro reduzir a avaliação da ação aos motivos do agente, e com isso se elimina a possibilidade de reconhecer que o ato bondoso não é manchado pelo fato de que a pessoa bondosa 'gosta' de ser bondosa, pelo contrário, essa coincidência entre o que ela faz e o que ela quer fazer, neste caso, só enaltece a virtude da sua ação.

  26. #24

    Padrão

    Deus é o criador do sistema em que vivemos e tudo que nele há
    O que você acha dele? Acha que Deus é bom?

  27. #25

    Padrão

    ~
    É possível defender o oposto também. Ou seja, que essencialmente só existe o mal (entendido como sofrimento), sendo o bem meramente negativo (cessação provisória do sofrimento). É a tese do Schopenhauer, por exemplo.

    Se fosse pra escolher uma dessas posturas dicotômicas eu diria que essa do Schop. é mais verdadeira. De fato a vida é movida muito mais por "fugir do sofrimento" (por exemplo, as nossas necessidades mais básicas têm quase todas essa estrutura: insatisfação que leva a agir para 'tapar o buraco', o que normalmente se traduz por 'tenho o desejo X e faço algo para satisfazer esse desejo'). Uma vez tapado esse buraco, surge algum outro desejo logo em seguida. É o famigerado pêndulo que oscila entre a dor da falta e o tédio da conquista.

    Seja como for, acho que a verdade está numa conjugação entre essas duas teorias. Existem, embora com menor frequência, muitas experiências que são genuinamente maldosas e muitas que são genuinamente bondosas. A pessoa sádica, por exemplo, pratica o mal, e não é porque disso ela extrai algum bem pessoal que a ação, cuja avaliação não pode se reduzir ao agente, deixa de ser uma ação maldosa.

    Da mesma forma ocorre com as ações 'empáticas' ou 'altruístas', que costumam ser desqualificadas porque no fundo não seriam mais do que a satisfação de desejos pessoais do agente (ou seja, mesmo as ações mais altruístas no fundo serviriam como máscara de um egoísmo essencial). Aqui também vemos o erro reduzir a avaliação da ação aos motivos do agente, e com isso se elimina a possibilidade de reconhecer que o ato bondoso não é manchado pelo fato de que a pessoa bondosa 'gosta' de ser bondosa, pelo contrário, essa coincidência entre o que ela faz e o que ela quer fazer, neste caso, só enaltece a virtude da sua ação.
    Eu acho essa discussão interessantíssima, e, neste comentário que farei agora, tentarei ao máximo separar aquilo que é a minha visão, daquilo que outros filósofos e teólogos disseram sobre o assunto.

    Com certeza é possível defender essa posição, mas eu não acho que seja isso que o Schopenhauer tenha feito - pelo menos eu não me lembro dele afirmando isso ipsis literis. Há de fato um certo pessimismo na sua visão, mas o sofrimento tende a ser compreendido na sua correlação com a Vontade e com o desejo (enquanto uma forma mais individual).

    Por exemplo, se dissemos que um animal é devorado por outro, é inegável que haja sofrimento ali, mas há também afirmação de Vida, afirmação da Vontade. E essa afirmação é uma realização do conatus, o desejo de perseverar na existência, de continuar existindo. Não lembro se esse conceito aparece em Schopenhauer, mas ele está em Spinoza e outros pensadores que vieram antes: é basicamente a disposição biológica dos seres vivos para continuarem existindo, se alimentando, se reproduzindo, e se defendendo quando são ameaçados. E todas estas atitudes naturais ao mesmo tempo conjugam a afirmação da Vida e a produção de sofrimento: porque sentir fome e desejo de comer é um sofrimento; mas também morrer para dar de comer a um outro ser vivo também é outro sofrimento.

    Também há uma porção de outros sofrimentos banais, que poderiam ser classificados como pequenos desprazeres da vida comum, e que Schopenhauer parece considerá-los mais em seus elementos cômicos do que em sua qualidade trágica (a tragédia seria o conjunto da existência como um todo).

    Outros filósofos antigos, como Epicuro ou Sêneca, tentaram a seu modo resolver este problema do sofrimento. Parece que é uma ideia que já estava bem consolidada tanto na Grécia quanto na Índia, por volta do século IV a.C., de que a condição humana era envolvida pelo problema do sofrimento. Na Índia a solução para esse problema alcançava consequências profundamente espirituais - porque era algo que tinha a ver com a libertação do ciclo de reencarnações. Mas na Grécia isso adquiriu formas mais mundanas - o que significa que o diagnóstico, a raiz do problema, era radicalmente diferente. Para os indianos, transmigrar indefinidamente, viver ora como homem, ora como bicho, ora como rico, ora como pobre, e morrer infinitas vezes sem nunca se realizar plenamente, mergulhado num desejo que nunca se satisfaz de fato, num mundo de impermanência, era algo que só seria solucionado com a interrupção completa deste ciclo.

    Para os gregos, por outro lado, isso não tinha a ver com um ciclo de reencarnações, mas com a "roda da fortuna", com a imprevisibilidade dos desígnios desta vida, e que parece, muitas vezes, simplesmente injusta. Soluções diferentes vieram de escolas diferentes: os epicuristas pensavam na moderação dos prazeres e dos apetites, no convívio entre os amigos; os estoicos treinavam e se preparavam para lidar com os possíveis infortúnios e tragédias que iriam enfrentar em algum momento, a morte dos entes queridos, a não-realização de um desejo etc.; alguns hedonistas se dedicariam totalmente ao desfrute dos prazeres de forma inconsequente, ou os cínicos mais radicais, abdicariam de todas as convenções e se concentrariam apenas em si mesmos.

    Faço essa digressão porque talvez valha a pena ter em vista que a definição de sofrimento tem a ver com as maneiras pelas quais os sujeitos encontram para lidar com ele - e, sobretudo, qual é a relação do sofrimento com o Mal. Se essa definição de sofrimento é perfeitamente equalizada com a definição do Mal, então este mundo é, em sua essência Mal - e isso depõe totalmente contra a ideia de um Deus bondoso.

    Mas se o sofrimento surge apenas como consequência da LIBERDADE do mundo, então ele está desconectado com isso que chamamos de Mal - e o Mal é apenas a categoria dentro da qual algumas intenções são classificadas. O sujeito sádico, que tortura alguém pelo prazer que sente nisso, é alguém que seria tipificado assim, como alguém malévolo, cruel. Todavia, reafirmo aquilo que disse: a satisfação pessoal, o regozijo, o prazer, é uma das formas do Bem - e o sujeito que se satisfaz ao torturar o outro está buscando uma forma PERVERTIDA deste Bem, posto que é uma forma que emerge da contemplação do sofrimento do outro.

    Sobre as ações bondosas: eu tendo a observar a ação altruísta de uma perspectiva um pouco mais metafísica. O "bem" que ela produz no seu agente não tem a ver com o desejo ou algum tipo de satisfação pessoal, mas com o reconhecimento de uma natureza humana universal: é a luz conhecendo a si mesma.

    Outras duas coisas me chamam a atenção: a natureza do desejo. Me parece que o desejo é o motor que impele para frente a Natureza, a evolução, a aquisição de qualidades, a diferenciação das formas etc. É a liberdade deste desejo que acaba por produzir o sofrimento na medida em que a Vida quer continuar existindo, mas, nas suas infinitas individuações e gradações, ela luta consigo mesma, devora a si mesma, engole a si mesma, contempla a si mesma e embeleza a si mesma.

    Mas o desejo, em si, para além dessas determinações do conatus, não tem uma forma definida. Repare nos seres humanos: uma vez satisfeitos nossos desejos mais básicos, estamos livres para desejar o que quisermos. E simplesmente porque não nascemos com nenhum outro desejo além destes, aprendemos a desejar e imitamos os desejos dos outros. Casa; carro; profissão; viagem; estilo. Tudo isso fomos absorvendo ao longo da vida - e na medida em que nada disso está disponível de forma ilimitada na sociedade, entramos em disputas, desencadeando crises de desejo mimético. Essa é a ideia básica do René Girard, por exemplo.

    Mas antes disso há uma outra ideia, absolutamente metafísica em sua natureza, com a qual venho flertando há um certo tempo, tentando conciliar isso com o meu budismo: a possibilidade de que este mundo seja obra de uma divindade malévola. Esta é base da filosofia maniqueísta, a seita gnóstica que tem sua origem no profeta Mani. Sei que parece absurdo, mas é algo que apela para o meu lado mais místico, haha. Justamente porque neste mundo a vida não pode prosperar sem sofrimento, sem morte, e porque os desejos nunca são plenamente satisfeitos, porque a alegria nunca é plena, porque nossa existência é limitada e condicionada pelas determinações naturais, que não são boas, este mundo não pode ter sido obra de um Deus bom.

    Não é que o Deus bom não exista. Ele existe - mas ele é feito de puro espírito e, portanto, é incapaz de criar. Ele é apenas Luz. Quem cria, pelo contrário, é o Demiurgo - e ele cria modelando a matéria. Mas a sua criação não é boa, porque é envolvida em sofrimento.

    Acho essa filosofia bastante sedutora, por mais absurda que seja. Alguém pode ser levado a perguntar: "mas e as coisas boas do mundo?" Com certeza existe alegria, sabedoria, bondade. E isso tudo que é o Bem, na verdade, seria a luz do Deus que é puro espírito penetrando a existência.
    Editado por Lanzi em 30-03-2024 às 4:09

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