É exatamente esse o caso dos siddhas nas tradições espirituais da Índia. Um indivíduo que possui uma longa prática de austeridades, de meditação, concentração, e pelo karma acumulado em outras vidas, os hindus, jainas, budistas e tântricos (e também os sikhs e muçulmanos que convivem ali perto) acreditam que o sujeito é capaz de performar vários milagres. Você encontra menções a isso nas mais variadas escrituras, épicos, histórias populares, anedotas, biografias de santos, monges e manuais de yoga do passado.
Independente de você acreditar ou não, a questão é que esse é um elemento próprio a essa vasta cultura religiosa, em que através de uma dedicação muito grande, o indivíduo alcança poderes sobre-humanos. E se no ocidente cristão (e muçulmano) temos um enorme repertório de dons sobrenaturais, lá no oriente isso também existe sob outras roupagens.
Quanto ao milagre, acho que a diferença mais interessante é discernir o que é milagre e o que é magia. O milagre parece estar disponível apenas àquele que possui uma vida e uma espiritualidade imaculada. É um santo a quem Deus concedeu o dom da graça. E, justamente por isso, a coisa parece muito mais passiva. Como no caso dos pastores evangélicos, daria pra dizer que é Deus (e o espírito santo) agindo através do sujeito que é só um instrumento.
A magia ou feitiçaria, por sua vez, é fruto de uma vontade/desejo que, para se realizar, segue métodos e técnicas absolutamente não naturais de correspondência, e depende exclusivamente da eficiência do mágico ou feiticeiro na sua realização.
Essas coisas todas de que estou falando existem? Olha, o pior é que eu acredito que sim. Hehe.
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