Maioria não recomenda campanhas em massa. Como eu disse, a decisão é individual e a pessoa tem que estar a par dos riscos e benefícios. Nunca foi unanimidade essas campanhas anuais de rastreamento.
Sociedades internacionais e o rastreamento do câncer de próstata
A Sociedade Europeia de Oncologia (ESMO) não recomenda o rastreamento populacional (para toda a população masculina), devido ao risco de sobrediagnóstico e tratamentos desnecessários.
Contudo, a ESMO afirma que o PSA pode ser feito em homens com mais de 50 anos, com menos de 45 anos que tenham histórico familiar de câncer de próstata, afrodescendentes e com menos de 40 anos que tenham mutação nos genes BRCA1 ou BRCA2.
A Sociedade Americana de Oncologia (ACS) diz que: “recomenda que homens tenham a oportunidade de tomar, juntamente a seu médico, uma decisão baseada em informações acerca da necessidade de fazer ou não o rastreamento para o câncer de próstata. A decisão deve ser tomada após obter informações sobre as incertezas, riscos e benefícios em potencial do rastreamento”.
A ACS informa, também, que não está claro se os benefícios do rastreamento, que pode levar a tratamentos desnecessários, superam os riscos para a maioria dos homens.
A Sociedade Americana de Urologia (AUA) afirma que o rastreamento para homens de 45 a 50 anos com o exame de PSA provavelmente supera os efeitos indesejáveis, mas que não há evidências definitivas (evidência grau B).
Porém, a AUA recomenda o rastreamento para homens entre 50 e 69 anos a cada dois ou quatro anos.
Em suma, as evidências científicas reunidas pela maioria das entidades citadas mostram que há riscos em oferecer o rastreamento populacional, para todos os homens indiscriminadamente, e que muitas vezes eles superam os benefícios. Assim, a conduta deve ser individualizada e discutida com o paciente.
As sociedades brasileiras e internacionais, no entanto, recomendam o rastreamento para afrodescendentes e pessoas com histórico de câncer de próstata na família.
Embora haja divergências entre as recomendações, todas as organizações e sociedades médicas orientam que os homens procurem um urologista e discutam com ele os possíveis riscos e benefícios do rastreamento com base em dados como histórico familiar, idade, eventuais sintomas, entre outros.
https://drauziovarella.uol.com.br/ho...os%2045%20anos.
Compartilhar